segunda-feira, 8 de março de 2010

SEXO E AMOR COM GORDINHAS

Por Eduardo Soares

Contra fatos não há argumentos. Façam uma pesquisa rápida no Google. Digitem “gorda” sem apertar o Enter e vejam as sugestões que aparecem. “Gorda fazendo amor, “Gordas nojentas”, “Gorda de Programa”, “Gordas na UOL (site pornô)” entre outros. Ok, pensei que nem tudo estava perdido (ler a definição “gordas nojentas” me deixou com raiva, onde já se viu isso?), e decidi escrever “gordinha”. PRIMEIRO LINK: Como gordo faz sexo? Já viu uma gordinha fazendo sexo com o marido? “Da mesma forma como a mãe desse belo exemplar de ignorantis perdidus faz com o pai dele”, pensei. O terceiro link também nos leva a um site pornô especifico e eu decidi parar por ali mesmo.

Qual foi o motivo pelo qual eu fiz isso? Simples. Um papo recente com um conhecido fez com que eu dedicasse dez minutos do meu dia para tirar algumas dúvidas. Ele faz parte do mundo boêmio, não esse que boa parte da galera curte, e sim de uma boemia obscura. Antes que eu esqueça, não tenho nada contra o modo de vida de certas pessoas. Cada um faz o que lhe convém, seja quando, onde e com quer quiser. Por isso deixo claro que o teor desse papo serve apenas como aviso. Não sou nem tenho vocação para ser padre. Mas certos alertas são necessários e muito bem-vindos.

O tal mundo obscuro a que me referi é aquele onde os famosos “inferninhos” fazem parte. Em outras palavras: esse meu amigo freqüenta uma casa noturna onde de vez em quando rolam umas festas temáticas. Sabendo da minha admiração pelas gordinhas, ele perguntou se eu toparia conhecer. Perguntei como eram as tais festas e aí veio a surpresa: “Edu, pode tudo! Elas são as donas da festa!”. Pedi mais detalhes da tal festa. As moças escolhem os caras, ficam, beijam, enfim, deixam o clima bem apimentado. Mas algumas delas vão além e desandam a transar seja com quem for no meio da galera, sem o menor tipo de pudor. Os caras, claro, sentem-se os reis da noite. Alguns, no meio da situação, chegam ao ponto de ridicularizar as meninas que não estão aí pra nada. Segundo esse conhecido, as moças são lindas (novidade..) e animadas. Chegam em grupinhos e lá cada uma segue seu caminho.

Perceberam algo? Existe uma semelhança entre a pesquisa do Google e a tal festinha libertina: vocês são alvo de fetiches. “Ah, Edu mas isso é muito bom! Quem não gostaria de ser desejada?” Perguntei a esse rapaz se ele toparia NAMORAR com uma gordinha. A resposta diz tudo: “Tá maluco? Meu negocio é só pegar, transar. Elas são boas na cama! Você acha que vou sair por aí de mãos dadas com uma gorda? Sai dessa!” Acreditem, ele não está sozinho nesse pensamento pobre e desprovido de inteligência.

Não são poucos os casos onde o cara sente atração mas ao mesmo tempo guarda uma espécie de vergonha que o impede de assumir namoros com gordinhas. Associado a isso, temos também algumas gordinhas que, tristes por serem rejeitadas pelos “burros batizados” (definição mais que perfeita da minha mãe para denominar os idiotas de plantão) agem por carência ou impulso e não se valorizam. Ou seja, preferem o sexo descompromissado (e porque não dizer, sem muita graça) e o amor próprio fica relegado a segundo plano.

Gente, não sou padre. A última vez que usei batina foi em 1985 numa festa junina da minha escola. Notem que desde moleque tenho jeito (ou cara, barba, sei lá) de padre, mas nunca pensei em seguir o oficio sagrado. O que estou dizendo aqui é para vocês abraçarem a auto valorização. Vocês têm carne, sim! Mas não são peças de açougue onde qualquer um chega e diz: “Ah, hoje vou pegar a alcatra da Clarabela, o patinho da Camila, o lombinho da Deise”. Não sei deixem levar por essa imagem de “elas são boas para a transa e só” pois isso só vai gerar um vazio enorme em vocês. Todo filme pornô que envolve as gordinhas é depreciativo. Se eu estiver errado, por favor me corrijam. Colocam as mulheres extremamente vulgares representando um universo de gente de boa índole (tem as que não valem um real, mas isso é uma outra história) e aí a imagem que fica é essa: bizarrice, sacanagem desmedida, ridicularizarão desnecessária. Sabe o que parece: atração de circo. Pelas historias de vida de cada uma (que normalmente já não deve ser fácil) de vocês, não façam isso doces meninas!

Carente eu sou, todo mundo é, não tem jeito. Estou sem namorar já faz um tempo, mas nem por isso vou sair por aí pegando quem aparecer na minha frente. Quem manda em mim, a razão ou emoção? Sou mais valioso do que meia hora de impulso, oras! Não permitir que a carência fale mais alto é o segredo. Querem ficar/beijar/transar? Legal, mas
escolham um cara no mínimo decente. Pelo menos (mesmo vocês sabendo quando não há perspectiva de namoro), o sujeito não vai tratá-las como uma bizarrice de produção pornô do Cazaquistão, ou aquele pedaço de carne do açougue que ninguém quer. Difícil, pois sempre existe alguém que tem fome. E a verdadeira fome de amor, embora pareça titulo de música do Wando, é um deleite, não acham?

4 comentários:

  1. Texto mais que perfeito! Explica muito bem a realidade que nós, gordinhas, somos submetidas! Parabéns!

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  2. Nossa fala sério hein... posso falar? se eu pego um mocinho falando uma coisa dessas sobre gordinhas eu corto o membro rs
    Mas eh sério agora.. o grande e maior problema eh que muitas gordinhas no medo de ficarem sozinhas topam qualquer coisa, e ai perdem o respeito, sua dignidade e acabam levando ao fundo a dignidade e o respeito de outras q lutam diariamente com esse preconceito.
    Sou gordinha sim e tenho o meu valor!!!!

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  3. Gente esse texto é tudo! uma vez fiz um parecido, falando da auto valorização.
    bjos meninas

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