sábado, 13 de março de 2010
Agradecendo ao passado.
Um amor saudável traz outra cara pra sua vida.
Pensava esses dias sobre como tenho sido mais humana desde que descobri que, para ser feliz é necessário -MESMO- deixar de ser triste.
Tenho entendido cada vez mais que estar junto é realmente querer estar ao lado de alguém, sem precisar fazer disso uma disputa consigo mesmo, uma luta contra céus e terras, transformando esse sentimento em um fardo tão pesado, que quase nunca compensa a conquista.
Tenho entendido também que a felicidade é tão breve que a gente precisa renová-la TODOS os dias, com reconhecimento, fidelidade e principalmente entrega. Essa coisa de esperar retornos é tão cansativa quanto carregar o mundo nas costas.
Com o passar dos anos, dos meses e desses meus últimos dias, me afastei tão amplamente da minha antiga visão de amor, tão macabra quanto a morte da bezerra. Amor não é como um vestibular, que você gasta a energia que não tem pra ser aprovada e, quando consegue, tem que arrastar o mundo pra se manter em atividade.
Devo dizer que tenho me sentido tão a vontade, tão livre, leve e solta sem precisar estar só. Essa coisa de 'completude' existe, acredite! Não que você precise de alguém para ser inteira. Mas alguém nesse mundo é capaz de te mostrar partes de si que você jamais descobriria sozinha.
Tenho acreditado mesmo que me encontrei com alguém. Tenho valorizado muito todas as lágrimas que derramei até aqui. Tenho compreendido todas as minhas quedas e mágoas e percebido que as minhas decepções me abriram tanto os olhos que pude enxergar os detalhes mais sutis de uma felicidade que por anos se disfarçou num amigo distante.
O mais importante de tudo é viver a vida no momento em que ela se dá. Em certos aspectos é valioso nos mantermos presas ao passados, chorosas por um amor frustrado, esperançosas pela retroatividade das lembranças. Mas apenas se tivermos em foco o nosso bem-estar. Jamais diria: persista o seu sofrimento, porque ele tem uma cara bonitinha, te diz coisasa agradáveis a cada primavera e tem uma performance relevante numa cama de motel.
Mas se isso passar e te trouxer uma percepção completamente renovada da vida, agradeça. Poucas são as pessoas que conseguem aproveitar os frutos podres que caíram dos seus galhos envelhecidos pela dor.
O sentido da vida está na evolução. E eu, com toda leveza, devo agradecer às pedras que levei na nuca, às facadas que tomei pelas costas. Sem elas, nunca perceberia a grandeza dessa flor que, todos os dias, nasce em meu peito.
Texto: Carina Mota
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